Hoje é 06 de abril de 2.009, 2a feira, 22.19hs. Eu estou em casa, na sala, atualizando meu blog pra contar as últimas que são bem pesadas. 1o eu soube do meu pai que acabou de completar 73 anos e pegou uma meningite. Está internado na UTI, entubado, sedado, isolado, corre risco de morte ou mais sequelas das que já tem das inúmeras isquemias cerebrais que teve. Hoje o resto da família (minha mãe, eu e as irmãs Sandra e Márcia), enqto esperávamos pra hora da visita, já conversamos sobre velório/enterro e essas coisas práticas todas que envolvem a vida. Pensei que vivemos pra morrer. Claro que nesse meio tempo acontecem várias coisas diferentes para cada um mas o final é sempre o mesmo pra todos. Enqto ia para o hospital passei em frente a uma igreja onde há 25 anos atrás meu pai me achou, após uma noite dormida fora de casa. Eu estava completamente dopada de barbitúricos na companhia do que hoje é o pai da minha filha mais velha mas que eu acabara de conhecer. E pensei como deve ter sido duro para um pai ver sua filha adolescente naquele estado, naquela companhia. A atitude dele foi nos levar a uma delegacia, acho que para denunciar aquele que ele pensava ser o condutor do "mal caminho" de sua filhinha. Chegando lá o delegado me perguntou se eu fumava maconha e eu lhe respondi que isso era um problema particular, já que não era aquele o motivo da nossa presença ali. Na maior petulância. Fomos embora mas eu voltei a procurá-lo, mesmo contra a vontade do meu pai e tempos depois acabei saindo de casa com ele para viajar pelo mundo. A viagem não foi muito longe pq logo engravidei e voltamos. Qdo meus pais souberam da minha gravidez foram me resgatar. Morávamos na casa de um amigo dele com mais milhares de adolescentes tão perdidos qto nós. Voltei pra casa dos meus pais e tive minha filha, que é a 2a parte da história de hoje. Ela cresceu, nos desarmonizamos e ela saiu de casa há alguns meses. Foi morar com sua tia e madrinha, minha irmã mais velha e, coincidentemente, com meu pai, que tb lá foi morar há alguns anos. Mas ela tb se desentendeu lá e agora voltou pra casa. Disse à minha mãe que seria temporariamente, enqto descola um emprego que nunca dá certo. Ainda não nos vimos pq ela saiu. Provavelmente voltará de madrugada. E ainda não sei como agir com ela. Mas queria registrar esses acontecimentos pesados/fortes na minha vida parafraseando título e pedaços da composição de um ariano, assim como meu pai e meu padre mais querido e amado:
"É preciso amar como se não houvesse amanhã
Pq se vc parar pra pensar
Na verdade não há
Sou uma gota dágua
Sou um grão de areia
Vc diz que seus pais não lhe entendem
Mas vc não entende seus pais
Vc culpa seus pais por tudo
Isso é absurdo
São crianças como vc
O que vc vai ser qdo crescer?"
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